ACIDENTE DE TRABALHO MATA 50 PESSOAS POR ANO NO CEARÁ


Segundo o Anuário Estatístico do Ministério da Previdência Social, nos últimos três anos, mais de 12 mil pessoas sofreram acidentes de trabalho, no Estado do Ceará, e cerca de 50 pessoas morrem por ano. O Tribunal Regional do Trabalho do Ceará (TRT-CE) aponta que um terço dos acidentados não registra sequer a Comunicação do Acidente de Trabalho à Previdência Social, o que priva os trabalhadores de reivindicar os seus direitos.

Os dados são ainda mais alarmantes em nível de Brasil, onde sete trabalhadores morrem diariamente no local de trabalho, e acontecem cerca de 90 acidentes por hora no Brasil, contabilizando, mais de um por minuto. No total, há 700 mil acidentes laborais por ano, com mais de 2.800 mortes. O TRT salienta ainda que dos 12 mil acidentes ocorridos no Ceará, 40% são de acidentes de trajetos, que acontecem durante o percurso do indivíduo do trabalho para casa, ou de casa para o trabalho.

Para dar voz à problemática, mais de 600 desembargadores, juízes, procuradores, advogados, técnicos e engenheiros de todo o Brasil, reúnem-se hoje e amanhã, no Seminário Acidente de Trabalho: Prevenção e Tutelas de Urgência, na Assembleia Legislativa. Segundo o desembargador do TRT-CE, José Antônio Parente, o evento tem o objetivo de despertar na sociedade a preocupação permanente sobre a prevenção de acidentes.

SEM INVESTIMENTOS

Ele pontua que o descuido das empresas em não investir em equipamentos de proteção, e do empregado de não utilizá-los quando disponibilizados, pode trazer danos irreversíveis, que poderiam ter sido evitados facilmente. “Nos casos de acidente, nós temos uma ferramenta muito importante que são as tutelas de urgência. O juíz pode decidir antes do esgotamento do processo, por meio de uma liminar, uma ação que antecipa o resultado, que só seria divulgado no final, depois de todas as provas”, informou.

O desembargador declarou, também, que nos casos em que há prova de perigo iminente de acidente de trabalho, a obra pode ser embargada, os estabelecimentos podem ser interditados, por meio da ferramenta de tutelas de urgência.

“A gente quer fazer com que a cultura prevencionista seja instalada, até porque os prejuízos decorrentes de um acidente de trabalho são ruins para todo mundo. Para o trabalhador, principalmente, para a empresa que terá ônus financeiro e para a sociedade que vai ter uma pessoa incapacitada para o trabalho, sendo custeada pelos cofres públicos, por meio da Previdência Social”, disse, ressaltando que muitas empresas encaram investir em segurança, como prejuízo, e não como investimento. Em todo o Brasil, segundo o Anuário Estatístico do Ministério da Previdência Social, os acidentes mais ocorrentes são ferimentos e fraturas no punho. Os setores que mais geram acidentes de trabalho, no País, são o que opera com máquinas industriais, de prestação de serviços e metalurgia.

FONTE: O ESTADO DO CEARÁ