A doméstica Gabriela Ferreira do Nascimento, 18, teve o segundo filho, Wesley, há seis dias. Parto normal, com pré-natal iniciado aos três meses de gestação. “Sempre quis normal, porque cesária você não consegue fazer nada depois”, destacou. Adona de casa Celestina Reinaldo, 39, também teve seu segundo filho há alguns dias, o Vítor. Ao contrário de Gabriela, o parto precisou de intervenção cirúrgica. “Tenho diabetes e até precisei me internar várias vezes para tomar medicação durante a gravidez. Mas nem queria ter normal, dizem que é muita dor”, contrapôs.
A polêmica sobre os tipos de parto ganha cada dia mais espaço entre mães e profissionais de saúde. Todos os especialistas ouvidos pelo O POVO destacaram que a cesariana representa perigo à mãe e ao bebê. “As cesárias precisam ser para casos graves. A maioria das situações de óbito, por exemplo, estão ligadas a esse tipo de procedimento. É uma exposição a mais, principalmente em infecção e problemas embólicos que podem provocar parada respiratória. Fora o risco do anestésico, do choque anafilático”, explicou Homero Carvalho, da Meac.
O presidente do Comitê de Prevenção à Mortalidade Materna e Fetal da Sesa, Mariano Freire, afirmou que o índice de cesariana em hospitais particulares é de 95% e em unidades públicas chega a ser de 50%. “Quando você faz uma cesariana sem indicação, você está tirando um bebê que precisa do trabalho de parto para ajudar na formação final. Uma cesária é uma condição prematura e não sabemos o efeito disso nos indivíduos”.
Mariano reconheceu que ainda há deficiências nos sistemas de pré-natal, de atendimento de urgência à grávidas e de notificação no Ceará. A melhoria da situação, conforme ele, já é realidade através das policlínicas já inauguradas no Estado. “Hoje temos três Redes Cegonha em funcionamento e o objetivo é termos em 17 regiões cearenses. Terão UTIs neonatal e adulta, casa da gestante, mais valorização do parto normal”, garantiu.
(Sara Oliveira) Via blog do Eliomar
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